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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

DEZ FILMES PARA DIVERTIR

A comédia é um gênero do cinema que mais se direciona ao coração das grandes massas. Ela abrange em geral qualquer um que se aventure pelo mundo da sétima arte. Não é preciso que se entenda esmiuçadamente de cinema se seu principal objetivo é um bom entretenimento. Romance, ação, aventura, animação. O gênero propõe todo tipo de estilo. Por esta razão, as comédias estão sempre ao alcance deste público. E que público grande! Uma boa comédia, uma comédia regular ou até mesmo uma nem tão boa e regular assim, é o suficiente para atrair pessoas que queiram de despedir de mágoas e problemas do dia a dia e se animar perante os mesmos. Aqui preparamos uma lista com dez filmes indispensáveis nesta jornada particular que vai de encontro a uma boa diversão:



TEMPOS MODERNOS (Moderns times, 1936)
“Aqui sua mímica transforma o impossível em possível, o inacreditável em matéria.”
SET

Um filme genial de um gênio. Certamente esta é a frase que mais se atribuiu a quase todos os filmes do inimitável Charles Chaplin. Rei da comédia do cinema mudo, ele criou mais que um personagem inesquecível. Criou uma personificação perfeita do clamor quando todos não ouvem sua voz. Em Tempos modernos, ele retoma seu Carlitos como um operário de uma fábrica diante do impiedoso avanço tecnológico, onde as máquinas superam os limites humanos. Assim, seu operário sofre com um inevitável stress, surta e vai parar numa clínica de recuperação. Quando sai, descobre que a fábrica fechou e que seu destino agora está nas mãos da tecnologia. Homem a frente de seu tempo, o intérprete do vagabundo mais amado do cinema, fez desse clássico mais que uma comédia. Pouco mais de 80 minutos serviram como um forte apelo social à desvalorização do ser humano frente aos elementos cibernéticos. Algo que se tornou um fato verossímil dentro da sociedade nos dias atuais. Embora a questão social seja um elemento fortemente presente nesta obra-prima, é possível também se divertir em meio a cenas hilariantes. Imagine quantas possibilidades ver um homem contracenando com uma máquina! São os tempos de Chaplin. Modernos até os dias atuais quando o assunto é fazer humor.

Uma curiosidade: A atriz Paulette Goddard, sua parceira de cena no filme, tornou-se a terceira esposa de Chaplin depois de se conhecerem nas gravações.

Pra rolar de rir: a sequência em que o operário Carlitos serve de cobaia para mais uma invenção. Uma máquina que lhe dá comida na boca sem o uso das mãos. Atado, tudo transcorria bem até que a máquina entra em curto, e arma a maior confusão com ele. Numa delas, ela o obriga a comer duas porcas grandes de metal. Uma cena para ser vista e revista em todos os tempos.




UMA BABÁ QUASE PERFEITA (Miss Doubtfire, 1993)
“Robin Wilhams está incrível! Verdadeiro trabalho de gênio. O filme é de rolar de rir.”
Good Morning America

Atores que se transvestem de mulher para criar um personagem há tempos deixou de ser algo inédito no cinema. Jack Lemon (Quanto mais quente melhor) e Dustin Hoffman (Tootsie, 1982) são alguns dos bons exemplos. Ambos tiveram atuações irretocáveis em seus trabalhos. Em 1993 Robin Wilhams entrou para esta seleta lista vivendo uma governanta rígida em Uma babá quase perfeita. A comédia dirigida por Cris Columbus se tornou um dos grandes fenômenos de bilheteria daquele ano, cuja única falha foi não ter dado uma justa nomeação ao Oscar para o ator. Uma comédia voltada inteiramente para a família por transitar entre o drama e a comédia das relações familiares. Sally Field empresta seu talento como a ex-mulher de Wilhams, que vive um pai divorciado que para se aproximar de seus filhos muda de identidade e vai trabalhar em sua casa. Graças a um excelente trabalho de maquilagem, inclusive indicado ao Oscar, ele se torna Efigênia Doubtfire, uma senhora pra lá de descolada e que rapidamente vira o esteio do lar e um dos membros mais queridos e indispensáveis do convívio familiar. A farsa rende diálogos e momentos memoráveis dentro do filme, levando o público às lágrimas de tanto rir. A química entre os atores é de uma veracidade assombrosa e a interpretação de Wilhams transcende o figurino. Estas com certeza são as principais razões desta comédia estar entre as mais perfeitas de todos os tempos.

Uma curiosidade: amigos de longa data, Robin convidou pessoalmente a atriz Sally Field para integrar o elenco do filme. O “sim” da renomada atriz ajudou a fazer da comédia algo imperdível.

Pra rolar de rir: a sequência no restaurante quando Daniel (Wilhams) tende a se virar em dois literalmente após marcar uma importante entrevista de trabalho ao mesmo tempo em que a ex-mulher comemora o aniversário. Detalhe: tudo no mesmo ambiente. Entrando e saindo embriagado do banheiro feminino, o ator comprova porque está entre os grandes nomes do cinema. Perfeito!

A PARTILHA, 1998
“A convivência com Glória, Andréa, Lília e Paloma foi um dos melhores momentos profissionais da minha vida. Vi quatro mulheres diferentes tornando-se irmãs.”
Daniel Fillho


Ícone do cinema brasileiro, o diretor Daniel Filho teve a missão de adaptar para o cinema este sucesso teatral do multimídia Miguel Falabella. A partilha é uma comédia familiar que não demorou muito parar nas telas pelas mãos do diretor do aclamado Se eu fosse você. Na história, quatro irmãs se reúnem depois de anos para o enterro da mãe. De vidas e personalidades totalmente distintas, elas tentam chegar a um acordo na divisão de bens deixados pela matriarca. À medida que se arrasta uma provável solução benéfica para todas as partes, as irmãs vão quebrando a indiferença de anos com as lembranças trazendo a tona sentimentos dantes adormecidos. Estas variáveis poderiam levar o filme pelo caminho do drama, porém, a natureza sarcástica das personagens cria uma história engraçada conduzida por atrizes de talento notável, tiradas maduras e eloquentes. Embora o filme tenha ar novelesco, comum nas produções globais, com um o elenco fantástico em mãos, Daniel aprimora com êxito a peça de Falabella. A extraordinária Glória Pires conta com a renomada Lília Cabral; a versátil Andréa Beltrão e a talentosa Paloma Duarte para fazer desta comédia algo que vale a pena acompanhar diante das bobagens que emergem atualmente no cenário nacional. Um bom entretenimento para partilhar com pessoas queridas.

Uma curiosidade: A inspiração de Falabella veio de uma tentativa de comprar um apartamento onde presenciou uma discussão entre duas irmãs pelo imóvel. “Constrangido me retirei, pois tinha ido comprar um imóvel e achei que não devia ficar ali. Saí com isso na cabeça.”

Pra se divertir: a dança na praia das quatro irmãs. Ao som de Dancin Days oriundo de um aeroplano, elas extravasam toda sua alegria de viver naquele cenário paradisíaco. “Dance bem, dance mal, dance sem parar. Dance até sem saber dançar.”



O DIÁRIO DE BRIGDET JONES (Bridget Jones’ diary, 2001)
“Reneé Zellweger e sua Bridget Jones entraram para a história de forma memorável.”
Flávia Cristina, fã incondicional de boas comédias e personagens

Ser uma mulher fora dos padrões exigidos pela sociedade alimenta a baixa estima de qualquer uma. Ainda mais quando chega aquela época do ano em que se fazem as famosas resoluções capitais para sua vida futura. Assim começa O diário de Bridget Jones, uma deliciosa comédia que mostra a força do poder se sobrepondo sobre o ser. Bridget Jones (Reneé Zellweger) é uma moça londrina na casa dos 30 anos, que procura insistentemente pelo par perfeito. Contudo, como não está na lista das grandes beldades em seu meio social, seu desejo se tornava uma coisa inatingível. Até que um dia seu chefe bonitão Daniel Cleaver (Hugh Grant), resolve olhar com mais “carinho” para sua minissaia. De inocentes trocas de e-mails, eles começam uma relação cheia de equívocos. Enquanto a moça sonhava em subir ao altar, o bonitão só queria mesmo curtir sua solteirice. Desiludida, Bridget encontra consolo nos braços do vizinho de infância, o advogado todo certinho Mark Darcy (Colin Firth). Antes de se mostrarem perdidamente apaixonados um pelo outro, trocar insultos nas muitas gafes de Bridget, era o que regia a relação dos pombinhos. O texto eminentemente britânico, o roteiro assinalado pela mesma autora do livro (Helen Fielding) seria suficiente para o êxito desta obra. Mas vale muito ressaltar a brilhante atuação indicada ao Oscar de Zellweger. A atriz não descarta suas caras e bocas, exigidas pela composição de sua personagem aliada a uma meiguice um tanto ingênua e uma força interior que surpreende com muito, muito humor. Tópicos que marcam a história de Bridget como a própria história de Zellweger no cinema. Uma personagem crua desmistificando o padrão da princesa de contos de fadas nesta comédia adulta que transita impecavelmente entre o humor e o romance.

Uma curiosidade: Zellweger teve de engordar mais de 13 Kg para compor sua Bridget Jones. O resultado de tanto sacrifício foi uma justa nomeação ao Oscar bem como a ascensão de sua carreira.

Pra rolar de rir: a sequência em que Bridget desce pelo tubo dos bombeiros e acidentalmente mostra seu traseiro em Rede nacional. “Que maravilha! Sou motivo de gozação nacional! Tenho uma bunda do tamanho do Brasil!”


LEGALMENTE LOIRA (Legally blonde, 2001)
“Um verdadeiro furacão!”
Universal Channel


Histórias de mulheres que sofrem preconceito e tendem a lutar contra todas as adversidades na maioria das vezes foram bem retratadas em Hollywood. Negras, lésbicas, judias, ou simplesmente pelo fato de serem mulheres, rendem bons momentos e bilheterias todos os anos nos cinemas de todo mundo. É um bom atenuante para se contar uma história dramática. Mas quando resolvemos rir um pouco de todo este absurdo, nascem comédias inesquecíveis como Legalmente loira protagonizada pela estrela Reese Winsterpoom. Aqui a loira interpreta Elle Woods, uma patricinha de Beverlly Hills (ave Silverstone!) que sonha em se casar com o melhor partido da cidade. No entanto, seus sonhos viram pó quando este resolve noivar com uma mulher mais “séria”, pois pretende estudar direito em Harvard. “Então está terminando comigo porque eu sou loira?!” indaga perplexa. Isso mesmo, afinal, ser loira é sinônimo de falta de inteligência. Contudo, o que ele e os outros não imaginavam era que a “Marilyn” pudesse contradizer este dito popular e alcançar primeiro o que ele não conseguiu. O respeito de todos. Com muita obstinação, ela decide entrar na Universidade e seu êxito a faz mudar de endereço. E claro, seu estilo de ser rouba todos os holofotes no Campus. Aos poucos ela coleciona elogios, consegue uma vaga de estagiária, ganha um importante caso e se forma com honras na mesma faculdade de seu ex. Ao bater o martelo contra o preconceito, provou seu valor como mulher independente da tintura de seu cabelo. O carisma, a bela interpretação de Winsterpoom bem como a velha e boa rivalidade entre mulheres, aqui representada por Selma Blair, sua colega em Segundas Intenções, garantem boas risadas neste filme pra lá de legal.

Uma curiosidade: a primeira vez que vi este filme, exclamei: “Esta garota nunca vai ganhar um Oscar!” Não que não tivesse gostado de sua interpretação, pelo contrário, foi formidável. Não que duvidasse de seu potencial, mas se tratando de uma atriz de comédia, é quase improvável isto acontecer. Quatro anos mais tarde, felizmente “queimei” minha língua quando Winsterpoom ganhou merecidamente a famosa estatueta por Jhonny e June.

Pra rolar de rir: a sequência da festa na Faculdade onde Elle, enganada pela malvada Vivian (Blair), aparece como coelhinha. De personalidade forte, ela não se intimidou e entrou no espírito da festa.


SHREK, 2001
“Verde, feio e irresistível”.
O Globo

Um príncipe encantado que se faz presente na forma do sapo. Assim fomos apresentados a um dos mais queridos personagens do cinema. Shrek, o filme, estourou nas bilheterias de todo mundo e marcou uma nova era das animações. A sinopse firmada em torno dos famosos personagens das histórias infantis em especial aos belos contos de fada se mescla com temas mais adultos, elevando para um nível maior e por assim dizer, mais maduro, as mesmas historinhas. Daí a razão do seu sucesso atingir todas as idades. O ogro Shrek (voz de Mike Myers) não possuía nada que pudesse atrair a atenção de uma princesa. Seus inexistentes atributos físicos tiveram que se submeter a seu espírito guerreiro e dignidade ímpar, características primordiais que alguns príncipes encantados talvez não tenham. Mais que fazer uma releitura destas historinhas, o filme nos leva a acreditar com muita emoção, na importância dos valores interiores. Diante disso, o ogro conquistou não só o coração da princesa Fiona (voz de Cameron Díaz), mas como também de milhões de fãs. Sua parceria com Burro, o amigo sem-noção, rendeu momentos memoráveis em sequências hilariantes e gerou mais três produções. Embora tivessem se tornado sucessos nas bilheterias e nos apresentados outros personagens inesquecíveis, como o Gato de Botas (voz de Antônio Banderas), não conseguiram causar o pungente impacto desta primeira aventura. Uma obra-prima na arte da animação e de se divertir, em que não é preciso viajar tão... tão distante assim a fim ter seu Felizes Para Sempre.

Uma curiosidade: A inspiração do produtor J.H.Wilhams veio de uma fonte bem próxima. Seu filho no Jardim de infância, mesmo não sabendo ler, amava o pequeno livro do ogro, e conseguiu absorver a essência de Shrek. “Era um personagem incrível à procura de um filme”, concluiu o produtor.

Pra rolar de rir: as peripécias do Burro são inesquecíveis, no entanto, a sequência em que desvenda a verdadeira face de Fiona supera todas! “Oh, meu Deus! Você comeu a Princesa!”


GRANDE MENINA, PEQUENA MULHER (Uptowgirls, 2003)
“Britany Murphy está encantadora na melhor comédia sobre ritos de passagem de ano”
Hot Ticket


Dakota Fanning vive uma grande menina e Britany Murphy uma pequena mulher. Desta antítese partiu o prelúdio de uma das melhores comédias já realizadas no cinema. A pequena vive Ray Schleine (Fanning), era uma garotinha hiperativa e hipocondríaca que tinha como diversão infernizar a vida de todas as babás, até a chegada de Molly Gunn (Murphy), uma patricinha que perde tudo pelas mãos de um advogado picareta. Sem grana, Molly, que só vivia para festas e torrar a polpuda herança deixada pelos pais, tende a trabalhar para sobreviver. Com a ajuda de um amigo, ela vai parar na casa de Ray. Elas só não poderiam imaginar que desta inusitada parceria nasceria uma amizade atemporal, em que ambas ajudariam uma a outra a aprender sobre o sentido da vida. Enquanto Ray aprende com Molly como tornar-se uma criança na melhor acepção da palavra, a babá cresce, tornando-se uma mulher madura e independente. Neste processo se insere diálogos engraçados de humor ácido, sequências divertidíssimas e uma química espetacular entre as personagens e atrizes. Assim, Grande menina, pequena mulher se torna um filme tocante, que fala das relações entre mulheres sob um curioso ponto de vista de uma amizade inimaginável. Uma lição que aprendemos da maneira mais legal possível, brincando. Além do mais é uma ótima oportunidade de acompanhar um belo trabalho da saudosa Britany Murphy, que tanto contribuiu com sua energia vitalizante para a comédia no cinema. Uma grande menina e mulher.

Uma curiosidade: Mu, o porquinho de estimação de Molly, foi “interpretado” por dois porcos gêmeos. A única maneira de diferenciá-los era porque um deles tinha uma pinta cinza perto do rabo.

Pra rolar de rir: as sequências de humor físico de Britany. Entre tombos e escorregões, uma batida da porta no nariz e um mergulho num rio poluído são algumas das imagens inesquecíveis que despertam ainda mais saudades de uma grande estrela.


A ERA DO GELO (Ice Age, 2004)
“O esquilo Scrat arranca gargalhadas dos mais sisudos dos seres humanos.”
Folha de São Paulo

Um bando de loucos! Assim podemos definir os protagonistas da aventura mais legal da história do cinema. Quando a preguiça Sid (voz de John Leguizano) e o mamute Manny (voz de Ray Romano) encontram uma criança humana às margens de um rio dá-se início a uma jornada marcada de perigos, amizade e muita diversão em plena era glacial. Aos dois juntou-se o tigre Diego (voz de Denis Leary), que a princípio, era um inimigo em potencial, pois só buscava vingança contra os humanos e, portanto, usaria o pequerrucho para isso. No entanto, o carinho e o zelo que um tem para com o outro, muda a personalidade do tigrão. Tudo isso paralelo às tentativas do esquilo Scrat (voz de Cris Wedge) de conseguir manter sob seu domínio uma avelã. Assim, os fortes laços de amizade criados entre eles geraram outras duas aventuras, mas que com certeza não conseguiram superar este original de Carlos Saldanha. O diretor conseguiu a façanha de unir seres tão diferentes nesta fabulosa aventura. Seres que de tão bem humanizados se tornaram personagens reais gerando uma agradável identificação com o público. A Era do Gelo marca a história da animação pelo poder da amizade de um grupo, aqui chamado de bando, lutando pelo mesmo ideal. As diferenças evidentes evidenciam a importância de cada um neste gélido cenário de humor. Todos têm algo a oferecer, até mesmo o esquilo Scrat e sua escorregadia avelã. O personagem fez história com o mérito de não pronunciar uma palavra sequer e ainda assim arrancar boas gargalhadas. Prova que às vezes o gestual é mais bem-vindo que o oral. A produção impecável, o roteiro brilhante e a coesão dos personagens elevam para sempre, por eras e eras, esta comédia animada. Impossível não se derreter!

Uma curiosidade: É... é do Brasil!!! O diretor, criador e roteirista de A Era do Gelo é carioca e com o sucesso da série, Carlos Saldanha ajudou a alavancar o mercado mundial para os diretores nacionais. Depois disso, fez uma bonita homenagem à sua terra natal com a animação Rio.

Pra rolar de rir: a primeira sequência que nos apresenta Scrat e sua avelã quando um duto de gelo cria uma chuva de estacas que o persegue. E quando consegue se livrar desta gelada, é pisoteado por mamutes e outros animais. Bem-vindos a Era do gelo!



PEQUENA MISS SUNSHINE (Little Miss Sunshine, 2007)
“Abigail Breslin está realmente irresistível como uma esperançosa concorrente de concursos de beleza infantis.”
SET

Famílias disfuncionais são a tônica no momento em Hollywood. Basta ver por The Middle e a premiada Modern Family, séries de grande audiência na TV americana. Um tema que ajuda na criação de personagens tão excêntricos quanto interessantes e que elevou a comédia Pequena Miss Sunshine a uma das melhores em todos os tempos. Hoje, pode até ser um tema bastante conhecido, mas na época de seu lançamento, o filme ganhou muitos pontos pela originalidade. Tanto que levou o Oscar por roteiro original e melhor ator coadjuvante para o veterano Alan Arkin. E ainda concorreu a outros prêmios, especialmente como o melhor filme do ano. Um avô viciado em cocaína, um tio homossexual e suicida, um irmão quase que autista, um pai narcisista e uma mãe omissa, formam a família de Olive. Abigail Breslin conquistou uma justa nomeação como a menina de beleza desproporcional que sonha em ser a Miss Sunshine. Mas logo de cara a menina percebe que não vai ser nada fácil realizar este sonho. Seus atributos físicos nem de longe lembra uma Miss e com os abaláveis problemas de sua família não ajuda em nada a vencer este desafio. Contudo, o apoio incondicional de seu avô (Arkin) e a personalidade do pai, que não admite perdedores, arrastam todos para uma aventura inesquecível atravessando o país a bordo de uma combi barulhenta. Como não poderia deixar de ser, esta aventura rendeu momentos disfuncionais que vai da comédia ao drama em cada parada. O público embarca com esta família e seus problemas, que vão se resolvendo no decorrer da viagem. O elenco afinadíssimo, que inclui Steve Carrel e Toni Colete, surte uma fantástica química e entra para a história ao contar de modo soberbo uma história divertida, comovente e com uma grande lição de moral no fim. Uma comédia como poucas, um filme como poucos. Grande em todos os níveis.

Uma curiosidade: Toni Colete e seus filhos problemáticos. Antes de Dwayne (Paul Dano) e Olive (Breslin), a matriarca já sofria com as esquisitices de Halley Joel Osment em O sexto sentido. O menino que via gente morta todo tempo tirava a Paz da mãe preocupada.

Pra rolar de rir: uma engraçada tentativa de dança sensual de Olive (Breslin) em sua apresentação de talento no concurso. Diante da incredulidade dos jurados, a menina dá um show de desenvoltura em estilo livre. Uma cena memorável!



VICKY CRISTINA BARCELONA (2008)
“Sexy e engraçado”
Variety


O mestre Woody Allen brinda Barcelona com uma comédia romântica da vida real. Portanto, nada de ser um perfeito contos de fadas. Vicky Cristina Barcelona fala das relações amorosas sem a ingenuidade das histórias de amor comum a este tipo de gênero. Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) são duas amigas que decidem passar as férias de verão na famosa cidade espanhola. Logo na primeira noite são interpeladas por Juan Antônio (Javier Bardem), um pintor sedutor. Vicky, como estava noiva, rechaça imediatamente a proposta do artista enquanto Cristina se deixa levar por seu charme. O relacionamento dos novos amantes vai de vento em polpa até a chegada da ex-mulher de Juan. A explosiva Maria Helena (Penélope Cruz, vencedora do Oscar) completa com muito talento e sensualidade este irresistível e instigante triângulo amoroso. O trio vive uma relação curiosa sob o mesmo teto, inclusive com um “momento” de Maria e Cristina numa sala vermelha com pleno consentimento de Juan. A estranha relação beneficia todos os membros do trio. Juan e Maria recuperam a inspiração que lhes faltava e Cristina vive a ardente paixão sem compromisso que buscava. O trio vira quarteto quando Vicky, tomada pelos ares de amor exalados pela cidade também se envolve com o charmoso amante latino. A viagem muda os horizontes das jovens moças nestas fantásticas experiências amorosas. A combinação de amor e arte embriaga a comédia de Allen com sedução e humor. Um filme inesquecível para rir, sonhar e viajar pelas emoções humanas sem qualquer tipo de receio.

Uma curiosidade: a química entre Javier Bardem e Penélope Cruz se estendeu para fora das telas. Os astros formaram um dos casais mais belos de Hollywood e são pais de um lindo bebê.

Pra rolar de rir: a sequência em que Maria Helena procura conhecer melhor sua rival durante um café. Cristina tenta mostrar seus dotes intelectuais contando que estudou chinês diante de uma cética Maria. As nuances de Cruz lhe renderam o Oscar e até a bela Johansson esteve perfeita.

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