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domingo, 9 de fevereiro de 2014

Indicados ao Forrest de Cinema Brasileiro 2014

Mais um ano e estamos aí de novo. O Cineposforrest tem o orgulho de organizar sua segunda edição do primeiro de cinema nacional, que busca valorizar nossa produção cinematográfica. Depois de acompanhar belas produções durante todo o ano de 2013 chegamos ao consenso dos indicados nas 13 categorias. Gostaríamos de agradecer desde já àqueles que participarem. O anúncio dos vencedores acontecerá no dia 09/03. Você poderá votar aqui mesmo no blog ACESSE ESTE LINK!, ou pelo grupo Cinema e Prêmios no Facebook. Eis os indicados.




















































































































































































quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O cinema Noir: 10 imperdíveis

Não se sabe muito bem como pode-se definir o Cinema Noir. Seria um estilo ou um gênero? Bom, o que se sabe é que que se trata de um cinema essencialmente americano, que se iniciou em 1941 com O Falcão Maltês e durou até 1957, com A Marca da Maldade. As características que geralmente se fazem presentes em exemplares noir são inconfundíveis: as sombras, os flashbacks, a narração, a femme fatale e o detetive durão com fantasmas do passado que o atormentam. Porém o que torna os filmes tão atraentes, não são só os mistérios envoltos na penumbra, é um cinema humano, egoísta, que torna os problemas de seus personagens maiores que os da sociedade em si. O Cineposforrest selecionou 10 grandes filmes do período.

10- Interlúdio (Alfred Hitchcock, 1946)

Próximo ao fim da 2ª Guerra Mundial, o superespião T. R. Devlin (Cary Grant) recruta Alicia (Ingrid Bergman), uma jovem arrasada depois de descobrir que seu pai é um traidor condenado, para se infiltrar em um grupo de nazistas exilados na Argentina. Depois de se decepcionar com Devlin ela se casa com o fascista Alexander (Claude Rains). Com essa trama com tudo o que o noir  tem de melhor, Alfred Hitchcock cria um drama intenso e triangular, que faz o espectador mudar constantemente a opinião sobre os personagens. Além da fotografia magnífica, os requintes cruéis que povoam o filme nos fazem grudar na poltrona. Imperdível.

9- Laura (Otto Premminger, 1944)

Há uma mistura interessante de outros gêneros em Laura. Entre eles o psicodrama que conduz o mistério em torno do assassinato da personagem-título (Gene Tierney) e que mobiliza a investigação do detetive McPherson, que se sente atraído pela vítima após vê-la em um quadro. Premminger torna um filme de enredo confuso, ora espantoso, em cinema monumental, intimista e às vezes descrente. Laura é apenas um fantasma, um ser onipresente que não interfere diretamente nas ações dos envolvidos na vida dos vivos que são presos pela sua morte. Nas entrelinhas, o diretor oferece muito mais do que o público pode compreender, por isso, este seja um filme que deve ser assistido mais de uma vez. 

8- À Beira do Abismo (Howard Hawks, 1946)

A única coisa fácil de se entender com facilidade neste noir de primeira categoria, é a química entre Humphrey Bogart e Lauren Baccall, no restante, a trama complicada sobre corrupção em Los Angeles tem várias reviravoltas que força o espectador a se ater a todos os detalhes, mas mesmo assim ainda vem a surpreender no final. Apesar de ser um exemplar do gênero, vários de seus princípios tradicionais como o flashback e a narração, não se fazem presentes, o que mina o cinéfilo acostumado a captar a resolução do mistério através de situações manjadas. O detetive anti-herói e frio Phillip Marlowe colocou definitivamente Bogart como a grande figura masculina do gênero. 

7- O Falcão Maltês (John Huston, 1941) 

Considerado o "pai" do Cinema Noir, o filme passa a maior parte do tempo sem usar as sombras densas características, para serem usadas no ápice extraordinário no fim. Entretanto, O Falcão Maltês só se tornou ainda mais notável, devido ao realismo social que foram transportados da obra original de Dashiell Hammett: Os detetives são profissionais simplórios, e não superinvestigadores, e o amor não se interpõe à justiça, pois o detetive Sam Spade, mesmo vendo a amada ser levada presa, nada sente. A mão de Huston aparece quando seu filme tem um aumento gradativo na intensidade e velocidade, dando cada vez mais a sensação de angústia de quem anseia pela resolução do mistério.

6- A Sombra de uma Dúvida (1943)

Certa vez Hitchcock revelou a François Truffaut que este era seu filme favorito, dentre dezenas de pérolas que fizera. E não era para menos. O diretor parece se divertir ao contar a história de Charlie (Teresa Wright) que percebe a possibilidade de seu tio, e xará Charlie (Joseph Cotton, perfeito) ser um serial killer. Inseriu a história no coração do subúrbio para mostrar que em qualquer lugar pode-se esbarrar em um perigo real, como traições e assassinatos. Com uma dose certa do suspense tradicional, abrindo mão de suas complexidades, A Sombra de uma dúvida ainda consegue ser bem humorado, sem exageros, óbvio, e não entrega seu mistério sem a paciência do espectador. Além de tudo, conta com a trilha sonora voluntariosa do lendário Dimitri Tiomkin. Brilhante!

5- Crepúsculo dos Deuses (Billy Wilder, 1950)

O clima de intensa carga dramática e a atuação extraordinária de Gloria Swanson até nos fazem esquecer que este aclamado filme de Wilder se trata de um noir. Mas é, e dos ótimos. Quando o corpo do roteirista medíocre, Joe Gill (Willian Holden) é encontrado boiando na piscina da mansão fantasmagórica de Norma Desmond (Swanson), ele começa a recontar sua história em meio a bizarrices e insanidade. Além deste clima lúgubre, acentuado pelos cenários monstruosos e decadentes, o diretor insere uma crítica absoluta ao mundo das celebridades, válido até hoje. Na parte final, quando podemos acompanhar os pormenores do assassinato de Gill, somos estraçalhados por uma sequência de loucura inesquecível no close mortal em Swanson. Inebriante!

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4- O Terceiro Homem (Carol Reed, 1949)

O primeiro grande triunfo de um dos melhores filmes de todos os tempos é transportar o clima marcante do noir para um cenário europeu. É um mundo de corrupções em que se encontra Holly Martins (Joseph Cotten), um escritor de faroestes pulp que se vê inserido em uma trama escabrosa, arquitetada pelo seu amigo Harry Lime (Orson Welles), que pensou estar morto quando chegou em Viena. O que traz ainda mais brilhantismo ao filme é o fato de o filme ter sido filmado em locações de uma cidade ainda em pedaços, o que trouxe mais veracidade à situação criada por Lime. Repleto de cenas absolutamente inesquecíveis e reverenciadas até hoje, podemos destacar o momento em que Martins persegue a sombra que foge pelos becos escuros e o encontro na roda gigante e a citação do relógio-cuco, feito por Lime. Show!

3- Pacto de Sangue (Billy Wilder, 1944)

Novamente Wilder, desta vez ele adapta ao lado de Raymond Chandler o livro de James M. Cain e conta a história da desesperada Phyllis (Barbara Stanwyck), que se une a um homem ganancioso para assassinar seu marido e receber muito dinheiro do seguro de vida. Porém, entra em cena o investigador Barton Keys (Edward G. Robinson), que está no encalço para provar que não se trata de um suicídio. Um noir cheio de cenas brilhantes, que se dispõe de uma trama que, mesmo que saibamos de toda a sujeira que envolve o assassinato, ficamos na expectativa das habilidades de Robinson de farejar algo que não se encaixa, e também a capacidade de Phyllis em dissimular. Sensacional do início ao fim, tem sua sequência mais marcante o discurso do investigador sobre a impossibilidade de cometer suicídio pulando na frente do trem.

2- A Marca da Maldade (Orson Welles, 1957)

O derradeiro exemplar noir é, além disso, um habituè do top 10 de todos os tempos de muitos especialistas. A história é um duelo maniqueísta entre o honesto investigador mexicano Muguel Vargas (Charlton Heston) e o degenerado policial americano Hank Quinlan (Orson Welles) pela jurisdição de um assassinato, que é acentuado pelo interesse de ambos em Susan (Janet Leigh). As sequências de cenas ousadas e complexas lhe deram essa reputação de último dos noir. Welles exagera deliberadamente para alcançar um nível brutal de maldade, e ainda consegue, com seu talento admirável, um grande realismo, principalmente através da fotografia de Russell Metty e a trilha sonora que mescla rock e jazz assinada por Henry Mancini. A sequência da perseguição final é extraordinária.

1- Fuga do Passado (Jacques Tourneur, 1947)

Este é o filme que pode ser considerado o noir legítimo, pois tudo pode ser encontrado lá: a bela e mentirosa femme fatale (Jane Greer), os fantasmas do passado que vem à tona e destroem o o personagem principal, o detetive mais uma vez incorporado por um brilhante Robert Mitchum, que mesmo astuto, sucumbe à atração pela mentirosa. Com habilidade, o diretor nos faz com que as peças do quebra-cabeças sempre fique pendente de uma peça, e a cada elemento e personagem que insere na história, como o gangster assustador de Kirk Douglas, mais nos vemos vítimas de dissimulações em que vem e vão a todo momento. E como um grande exemplar noir que é, deixa todos com os enigmas e com as ambiguidades de amores envoltos em medo. Um verdadeiro monumento cinematográfico que nos desafia a sair da frente da tela.